sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Formigueiro

De acordo com as batidas do coração, os dias passam em vão. Mas as borboletas estão radiantes lá fora, isso nos mostra vida, quem sabe. O que estou fazendo deitado aqui na grama? A sombra está tão fresca e o vento que passa por mim me dá uma sensação imensa de liberdade.
Quem dera eu pudesse voar com estes pássaros que sobrevoam meu corpo, desenhando linhas imaginárias no céu. Fechar os olhos, raramente, me faz enxergar muito mais do que o sangue pode sentir, as veias começam a pulsar, meu cérebro a descansar, e estou em paz.
Mas que paz é essa? Paz com a vida? Paz comigo mesmo?
Não sei.
Uma paz contagiante, que veio do céu diretamente para os pássaros, e eles me passaram esta sensação maravilhosa e que pretendo mostar para o mundo todo. Alguém está me chamando ali no fundo...

( ... )

A formiga me disse que o possível às vezes é impossível para seres tão pequenos e frágeis, que apenas querem desfrutar de uma vida comunitária, onde todos vivem bem, e não há desigualdades como no mundo dos humanos.
Minha alma se manifesta e então ajudo a formiga a carregar aquela folha tão pequena, mas para ela, tão imensa. Feito todo o trabalho, elas me agradecem e voltam para o formigueiro felizes da vida.

E por que nós não? Temos nossa casa, mesmo que seja de papelão ou lona, temos um lar, algo para prestigiar e nos valer a vida. Faço valer os momentos mais bizarros do cotidiano. Faça valer também, pare para pensar no motivo das coisas. E principalmente, por qual razão fazemos tão mal um para os outros.

[Rafael Xereta]

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