domingo, 6 de julho de 2008

Desejo

Desejo é querer saciar teu corpo
Matar-me em teus prantos
De amor e ódio
Deixar suar e beijar-te parte a parte

É querer evocar um grito
Soltar algo trancado em duas almas
É olhar-te de cima embaixo
E tocar detalhes por detalhes

Molhar teu ego com beijos ardentes
Em chamas queimar meu corpo no teu
É abraçar sem pensar que hora irá soltar
É deitar e morrer ao lado do desejo proibido

[Rafael Xereta]

sábado, 5 de julho de 2008

Ressurreição

Garotos desfrutam do prazer da juventude
Em um único padrão de existência
Onde os fracos não conseguem ganhar uma sequer batalha
Enfrentam obstáculos omissos aos olhos que não pode ver
Desabilitando qualquer possibilidade de encontrar uma razão social
No meio em que vivem

Abusam do poder do álcool enquanto
Alguns são mortos pela desobediência no trânsito em São Paulo
Mães clamam por seus filhos em janelas de apartamentos
Abandonados de uma mão
Se arremetem ao ódio e ao amor quando são encontrados
Pervertidos porém inteligentes que criam uma estratégia
Conforme as leis estabelecidas pelo seu próprio governo

Dentro de casa um lar que já não tem mais teto
E sim a ressurreição de Jesus Cristo em um corpo
Que nunca se imaginou ser, ele está de volta.

[Rafael Xereta]

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Baú de sentimentos

Aquele velho presente, que você ganhou e sempre guardou com muito carinho.
Um dia você resolve abrir o baú todo empoeirado e olhar atentamente sua história em coisas materiais, que registraram passagens de sua vida. Lembra-se de sonhos planejados, sonhos que não se realizaram, e sonhos que hoje se orgulha de ter conseguido. Lembra-se de amores passados, que viraram apenas passados, ou estão guardados em sua personalidade, pois todos que passam por nossas vidas deixam-nos uma marca.
Roubava rosas em casas de senhoras, com todo cuidado, encostava a bicicleta no muro, entrava pelo portão entreaberto e cortava uma rosa. Corria até o castelo da amada, e jogava em seu portão, esperando um sinal. Que poucas vezes vinha.
Madrugadas varadas com um instrumento sobre o ombro, caminhando no frio, com o intuito apenas de gozar de uma bela canção à teus ouvidos.
Aquela música, registrada no momento mais marcante de sua vida, que não importe onde esteja, se ouvi-la irá lembrar eternamente.
É velho baú, são coisas e coisas, algumas não consigo colocar dentro de ti, mas me lembro bem e algumas deixo guardadas bem lá no fundo, reservadas somente para mim. São sentimentos que tive o prazer e o ódio de sentir. Sem cadeado, está aberto para todas experiências que o mundo pode me proporcionar, e impossível de lotar, pois seu espaço é maior que o infinito, e só será trancado quando ao fim da vida chegar.
Com carinho.

[Rafael Xereta]

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Presente da lua

Eu estava lá, até você me olhar
Te vi passando bem perto de mim
Olhei em teus olhos tão profundos
Como o mar perdido no oceano

Momentos de silêncio vagavam
minha alma e meu coração não palpitava
Eu queria saber mais uma vez
Por que me deixou quando eu mais precisava

Eu embrulhei a lua pra você te dar
Só para te iluminar, pois eu preciso te ver
Te ver mais linda que o céu e o mar
Preciso me encontrar dentro de você

Sonhava que voava mais alto que o infinito
E te encontrava do outro lado do paraíso
Sorria para mim e quando eu me aproximei
Você desapareceu e eu sumi

Eu embrulhei a lua pra você te dar
Só para te iluminar, pois eu preciso te ver
Te ver mais linda que o céu e o mar
Preciso me encontrar dentro de você

[Rafael Xereta]

Controle Implícito

Amo ser controlado, bom acho que nunca não fui controlado. Desde que nasci sou controlado. São televisões, informações, adequações, leis, instituições, tudo apenas me controlando. Se eu queria fazer algo, antes, teria que me conscientizar se estava dentro do controle, no caso, a lei.
Estamos sendo controlados por alguém, que está lá em cima, e quem dera se fosse Deus. Pois se as coisas estivessem na mão Dele, estariam bem melhores.
Quem controla é quem tem o poder, de fazer você acreditar que não está sendo controlado e de que é livre para fazer o que quiser, livre arbítrio. Bom, acredite se quiser, é puro controle implícito.
Resolvi perder o controle, chega de ser o 'bonzinho' e também não quero ser o 'vilão', mas apenas me deixe, não quero ser obrigado a ver o Wilian Boner nos enxendo de informações, e estas que não temos tempo nem para refletir, pois já vem outra, agora com a Fátima Bernardes. E sem querer, ou totalmente querendo, você foi controlado para ver o novo capítulo da novela. Sendo que você poderia estar fazendo algo muito útil para seu corpo, sua mente, seu trabalho.
Esqueça um pouco a rotina controlada, não pense no que vai fazer, apenas faça o que pensar. Simples não? Pensou, fez! É mais ou menos assim: "Nossa que vontade..." Já está lá, fazendo.
Á todas rotinas uma idéia para se quebrar, feita exatamente no tempo antes do final do pensamento. Assim é mais fácil, não tem controle.

[Rafael Xereta]
“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler, mas não lêem".
O poeta Mário Quintana.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Vale a pena.

http://bloglog.globo.com/ticosantacruz/

Elefante e a borboleta

Prisioneiro de si mesmo

As grades que aqui me prendem, me relusem alguma idéia de liberdade lá fora
Talvez uma janela me convidando para o paraíso
Ou apenas três barras de ferro que me separam de minha família
O sol só entra aqui no inverno, e olha que não esquenta nada

Estão chegando outra vez, é hora do almoço
Se não se comportar fica tão solitário na solitária
Um livro antigo, que mamãe me deu
Acho que já o li umas cinco vezes

Mais três chegaram, e um se foi
Dormem, hoje, ao meu lado
Quem sabe, amanhã dormem no céu
São dois negros e um branco

Talvez eles morrerão amanhã cedo
Parece que brincaram com a família errada
O cara tem poder até aqui dentro
É... acho que vou ler o livro pela sexta vez

[Rafael Xereta]

Guerra

Caralho...

Caralho.

Por que é tão difícil? Não precisa ser assim... a convivência em um lar deveria ser harmoniosa.
Afinal, são frutos do mesmo sangue.

Acorde!
Não cansou de apanhar? Não se cansou de tentar levantar?

Pensei ter conseguido alguma vez. Vai ver, é sempre assim.

O medo em segredo, nos transforma em um mero enredo de samba sem inspiração.
Eu não quero mudar o país, nem pretendo, não quero mudar nada, só me adaptar aqui.
Pode não ter nada sentido, só preciso dormir.

Tem gente que pensa que dormir resolve alguns problemas, se bem que só adia para o próximo dia.
Hoje estou em paz, amanhã estou em guerra. Ontem dei uma trégua.

Solte as cordas e se deixe levar para algum caminho, só não fique aí parado sozinho.

[Rafael Xereta]