sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Furto

Roubam teu carro, você nem viu...
Tinha seguro, mas sumiu...
Não tinha seguro, reza...
Se for reza braba, pega...

Faz o B.O., e espera...
Até agora, nada...
Fica esperando, é madrugada...
Pensa, já era...

Achou?
Não, era outro.
Polícia ligou?
Não, era o vizinho.

Sem chance, acho que fudeu...
Pensar que o carro era só meu...

O jeito é esperar...
Talvez a polícia pode ligar...

[Rafael Xereta]

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O Sol Nasceu

Senta no bar...
Pede uma breja...
Bebeu?
Agora veja...
Tontura...
Pessoas...
Corteja...

Levanta...
Canta...
Grita...
Dói a garganta...

Converse...
Futebol...
Mulheres...
E mais se bebe...

Pra casa...
Deitou...
Cobriu...
Rodou...

O Sol Nasceu.

[Rafael Xereta]

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Silêncio ensurdecedor

E se de repente em um simples estouro, todos desaparecessem, sobrando apenas você, sem todas as pessoas que você ama. É muito frágil a sobrevivência em um lugar onde não existe vida. Somos simples, humanos, inexatos em relação a humanidade. Nada pode ser feito para salvar uma vida, ela vai morrer.

Onde voce está?
Por que de repente fiquei sozinho?
Queria saber porque meu coração hoje bate mais fraco.
Pareço estar mais fraco?
É visível minha destruição?
Sobre tudo que podemos enxergar, sobre tudo que podemos sentir, seria simples mudar o nascer do sol, mas ele é quente, irá nos queimar.
Seria simples mudar a água da chuva, mas ela é molhada, irá nos molhar.
Seria simples mudar minha vida, mas sou mortal, irei morrer.


O silêncio nesta casa é ensurdecedor... as luzes são escuras... e o reflexo não tem brilho... na parede as marcas da memória, é possível enxergar o passado.
É impossível viver o futuro. De onde vem as palavras que escrevo? De algum lugar consciente do insconsciente.

Rafael Xereta