sexta-feira, 4 de julho de 2008

Baú de sentimentos

Aquele velho presente, que você ganhou e sempre guardou com muito carinho.
Um dia você resolve abrir o baú todo empoeirado e olhar atentamente sua história em coisas materiais, que registraram passagens de sua vida. Lembra-se de sonhos planejados, sonhos que não se realizaram, e sonhos que hoje se orgulha de ter conseguido. Lembra-se de amores passados, que viraram apenas passados, ou estão guardados em sua personalidade, pois todos que passam por nossas vidas deixam-nos uma marca.
Roubava rosas em casas de senhoras, com todo cuidado, encostava a bicicleta no muro, entrava pelo portão entreaberto e cortava uma rosa. Corria até o castelo da amada, e jogava em seu portão, esperando um sinal. Que poucas vezes vinha.
Madrugadas varadas com um instrumento sobre o ombro, caminhando no frio, com o intuito apenas de gozar de uma bela canção à teus ouvidos.
Aquela música, registrada no momento mais marcante de sua vida, que não importe onde esteja, se ouvi-la irá lembrar eternamente.
É velho baú, são coisas e coisas, algumas não consigo colocar dentro de ti, mas me lembro bem e algumas deixo guardadas bem lá no fundo, reservadas somente para mim. São sentimentos que tive o prazer e o ódio de sentir. Sem cadeado, está aberto para todas experiências que o mundo pode me proporcionar, e impossível de lotar, pois seu espaço é maior que o infinito, e só será trancado quando ao fim da vida chegar.
Com carinho.

[Rafael Xereta]

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