sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Terra à Vista

Navegante eu vou, por oceanos e terras nunca antes pisadas
Com minha tripulação, não buscamos tesouros e sim emoção
Não são espertos como deveriam ser, mas alegres de bem entender
Se afogam em rum e dançam a majestosa lua e às lindas mulheres

Somos um rebanho, uma matilha, somos humanos, donos das ilhas
No corpo sinais de batalhas, e guerras mal acabadas
Não fugimos à luta, não sou um covarde, fazemos bem nossa parte
Roubamos, e gastamos, não temos nomes nem soberanos

Cada um vive sua lei, sobreviver e aproveitar o mar
Sempre em frente, sempre a velejar, por mais que queira parar
De corpo não somos completos, nos falta pedaços, não ficamos quietos
Perdi uma donzela em alto mar, na guerra do feitiço vieram me levar

Retornei, mais forte e mais rápido, segurem-se todos vamos matar
Levantar âncora, calmos e frios, espontâneos e exagerados
Virtudes e vantagens, defeitos e certezas, somos um só
Viemos reinar, e resgatar o orgulho do mar e deixá-los no chão

Assim, continuamos todos os dias, não temo a morte
Ela sim, nos teme, afinal, imortais são eles
Que me acompanham nas batalhas, com feridas e sangues
Cada um sem saber o que são, mais com ódio e amor no coração

Sou pirata, sou do mar, daqui ninguém me tira
Pois se quiser, venha batalhar, e tente nos vencer
Sou terrível, sou cruel, não tenho dó nem compaixão
O sangue pulsa mais forte quando se diz Terra à Vista

[Rafael Xereta]

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