Me lembro de quando éramos crianças, que se divertiam correndo
Entre casas e campainhas, e alguns velhos esconderijos que hoje já não existem
A velocidade se conduzia em uma bicicleta descendo por uma avenida
Com o vento contra o rosto, a liberdade parecia tão concreta
A primeira garota do colégio, o primeiro 'amor' em uma escala de idade
Nivelada como amor real para jovens sem a menor experiência em vida
Apenas um desejo de ser um ser-humano, que seja, sempre ser natural
Criando espectativas de como seria aquele beijo da garota desejada
Seu primeiro violão, um primeiro acorde, e novos passos para a vida
Um grande músico, ou quem sabe um violão empoeirado no quintal
Ouvindo os gritos do baú sagrado, gritos de coragem e perdão
Que ecoam em uma canção infinita, no antigo coração
O tempo passa, passa sim, e quando se vê já estamos assim
Lembrando de coisas insignificantes para alguém
Mas forte demais para alguém que tem na memória a liberdade
E a criatividade e coragem de relatar provérbios infantis
Que inúteis sejam, mas inesquecíveis para tamanha espécie
Que o passado não morra, que o futuro me espere
Pois hoje, com cada um para um lado, seguindo suas vidas
Escrevo, o que senti quando éramos jovens e tinhamos um grande sorriso estampado no rosto
[Rafael Xereta]
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