domingo, 13 de dezembro de 2009

Noite de sono

E tudo vai indo como se alguém tivesse planejado, acordei de madrugada e ouvi um barulho no quintal. Quando me dei por conta percebi que roubavam minha residência, um pedaço de pau ou uma arma? O que era aquilo não sei, mas não esperei muito tempo, abri a janela e gritei tentando espantar tal coisa.

Depois de pular o muro e correr por uns três quarteirões, parei e pensei 'podia ter morrido no mesmo instante em que abri e gritei', mas como já havia passado, voltei a deitar. Não mais consegui dormir, virava e rolava o tempo todo na pequena cama de madeira. Levantei, tomei um copo de água com açúcar para ver se acalmava, em vão.

Horas depois peguei no sono novamente, acordei as sete horas da manhã e fui trabalhar como se nada tivesse acontecido. E assim tem sido, durante os últimos anos de minha vida.

Hoje, tenho 76 anos, e ainda não consegui descobrir o que haveria perturbado minha noite de sono.

[Rafael Xereta]

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