O corpo para e nada mais consegue fazê-lo andar.
Talvez chegou a hora de desistir e se entregar.
O mundo pode querer te deixar um pouco descansar.
O caminho todos os dias é preciso prosseguir.
Mesmo sabendo que todos não querem mais ir.
O sol bate na janela impedindo de dormir.
A cabeça não para e o sono não tenta intervir.
As costas doem e os bancos balançam.
Uma vida de felizes que apenas enganam.
A água é dividida na mesma garrafa que tomam.
Todos os dias o sol cai e as estrelas levantam.
Uma viagem de ônibus com buracos.
É assim que vivemos como carrapatos.
Grudados no acento feito trapos.
Jogados esperando chegar aos resultados.
[Rafael Xereta]